Ken Wilber e a Consciência

          
Ken Wilber em seu livro Psicologia Integral define a consciência e seus níveis como ondas do Grande Ninho. Propõe a integração das diversas classificações da consciência feitas por diversos autores, porque uma complementa a outra, estudando e colocando-as em gráficos comparativos e complementares.
Define a psicologia como o estudo da consciência humana e suas manifestações no comportamento. Coloca que as diversas escolas de psicologia no decorrer da história abordam somente um dos aspectos da consciência, que consideram como o único importante, citando como exemplos o behaviorismo, a psicanálise, o existencialismo e a psicologia transpessoal.  Levanta a idéia que todas elas podem ser consideradas como ângulos parciais da consciência e propõe reunir todas sob o mesmo teto através da Psicologia Integral. Essa proposta prevê a inclusão dos diversos sistemas e paradigmas, onde cada um é uma parte de uma grande rede ou mesmo de uma grande teia entrelaçada, que pode se complementar e apresentar uma visão mais ampla dos aspectos da consciência.
Para definir a consciência Wilber faz distinções entre estruturas, funções, modos, estados e desenvolvimento da consciência.
- Estruturas ou hólons básicos da consciência, também chamadas de níveis ou ondas, são cinco: matéria, corpo, mente, alma e espírito. Corpo no sentido de vida, de corpos vivos e vitais e o nível emocional-sexual. Mente (psíquica) incluindo imaginação, concepções e lógica. Alma como sutil e a fonte da identidade supra-individual. Espírito como causal, tanto como fundamento sem forma como a união não-dual de todos os outros níveis. Os níveis inferiores: matéria, corpo e mente, existem em grande escala, já os níveis superiores: psíquica, sutil e causal são realidades não plenamente desenvolvidas, são potenciais.
- Estados da consciência: normal como vigília, sonho e sono e o alterado como meditativo e incomum, podendo incluir aqui estados induzidos por drogas e experiências de quase-morte. Durante um estado alterado da consciência, chamado de experiência de pico, o indivíduo pode, mesmo desperto, experimentar um dos estados naturais da percepção psíquica, sutil, causal ou não dual, não importando seu estágio de desenvolvimento, já a maneira como a experiência é vivida e interpretada depende sim deste estágio.
- Funções da consciência: percepção, desejo, vontade e ação.
- Modos da consciência: estético, moral e científico.
- Desenvolvimento da consciência abrange do pré-pessoal ao pessoal e ao transpessoal e do subconsciente ao autoconsciente e ao superconsciente.               
Cada um dos níveis da existência ou da consciência se estende da matéria para o corpo, do corpo para a mente, da mente para a alma e da alma para o espírito. Sendo que cada nível ou dimensão abarca e transcende a anterior, formando uma totalidade dentro de outra totalidade até chegar à Divindade ou Consciência da Unidade.
Cada dimensão é representada por uma esfera no gráfico chamado de Grande Ninho do Ser, denominada também de onda e, para ficar claro que não são separadas, mas sim graduadas uma dentro das outras como as cores do arco-íris.
O eu navega pelos níveis e ondas, mas não de forma seqüencial ou em estágios, pode ter experiências de pico em qualquer um deles e pode saltar momentaneamente para o âmbito de realidades mais amplas. Cada vez que o eu se identifica com uma onda, ele experimenta a morte deste nível ou a desidentificação ou a transcendência e estará apto a passar para outra superior. Quando a morte de todas as ondas for vivida, o eu encontra sua Identidade Suprema ou a divindade interna.  A figura a seguir representa o grande Ninho do Ser. (WILBER, 2007, p. 20)


"O eu navega pelas ondas básicas do Grande Ninho utilizando a capacidade que tem de se identificar com cada onda e de surfá-la até atingir algum tipo de totalidade. O eu tem a capacidade de se identificar intimamente com um nível de consciência, de se tornar nesse nível e em seguida de se desidentificar dele (e de integrá-lo), a fim de atingir a esfera seguinte mais elevada e mais ampla, e de se identificar com ela (e assim por diante, até que a sua capacidade de crescimento esteja esgotada)". (WILBER, 2007, p. 53)

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