Recriando a Rede da Consciência


Recriar a rede significa apresentar os diversos conceitos sobre o mesmo tema, no caso sobre a Consciência. Esta rede entrelaçada proporciona uma visão mais completa e ampla, onde cada parte aborda um aspecto e todas juntas chegam mais próximo da complexidade teórica da realidade. Unir as abordagens recria a rede.

1- Unindo as abordagens
Agrupar conceitos que vem das ciências com conceitos filosóficos e holísticos é ao mesmo tempo um desafio e uma constatação que todos falam do mesmo tema de forma semelhante e complementar. A riqueza está na soma e não na polemica defesa de pontos de vista com a finalidade de ser o mais importante que os demais.    

2- Definições da Consciência

Amit Goswami: “A Consciência é o fundamento de todo ser. O Universo é autoconsciente”.
Stanislav Grof: “A Consciência é um fenômeno primário da existência, é mediada pelo cérebro, mas não produzida por ele.”
Rupert Shledrake: “A Consciência é uma esfera de possibilidades estruturadas por campos. A Consciência está presente em tudo e em todo o Universo.”
Robert Assagiolli: “O Eu Consciente é a autoconsciência pura e o Campo da Consciência é onde se encontra a percepção direta, as sensações, imagens, pensamentos, emoções, ações e impulsos.”
Fritjof Capra: “Consciência é um processo de cognição que garante a auto-geração e auto-percepção do processo da vida, surge de um processo neural complexo.”
Helena P. Blavatsky: “O homem é autoconsciente e os animais são conscientes. A autoconsciência é um atributo da mente e não da alma.”
Richard Gerber: “Os corpos de energia sutil encontram-se num nível de existência não-físico, não-temporal e não-espacial e atuam como diversos recipientes para a nossa consciência móvel.”
Lapiene e Dubro: “ A consciência comanda as ondas que viajam pelos pontos nodais da teia pessoal ou malha universal.”
Concluindo, defino a Consciência como a essência da existência ou a essência do Universo. Tudo tem consciência e o homem é autoconsciente. A Consciência é estruturada por campos que estão interligados através da malha ou teia universal.
A Consciência não é só cognitiva ou mental e não se expressa somente através do cérebro, sua manifestação se dá através dos sete corpos humanos e, dependendo do estado ou nível de consciência, ela pode se expressar através do corpo físico como um todo ou através de outros órgãos como o coração e o estomago por exemplo.
 3- Os Estados da Consciência
Unindo o Diagrama do Ovo de Assagiolli e os estados de consciência pesquisados por Lilly, percebe-se que um estudo complementa o outro, como pode ser visualizado no gráfico da figura 12.
O Campo da Consciência de Assagiolli corresponde aos níveis +24, 48 e –24 de Lilly, quando a pessoa está vivenciando a consciência de vigília tanto no estado neutro sem emoções (48) como as emoções e sentimentos negativos (-24) e as emoções e sentimentos positivos (+24). O nível 48 representa bem o Eu Consciente ou a autoconsciência que se liga ao Eu Superior. Os níveis -24 e +24 podem estar relacionados ao campo de consciência e também ao inconsciente médio onde estão localizadas as subpersonalidades conscientes e as suprimidas respectivamente.
Os níveis negativos -12, -6 e -3 correspondem ao inconsciente inferior, quando a dor é muito grande e faz com que a pessoa se distancie de seu eu consciente, podendo se ligar com seres negativos, vivendo o próprio inferno de Dante.
Os níveis positivos +12, +6 e + 3 correspondem ao inconsciente superior, sede dos estados holotrópicos gratificantes, no +6 pode ocorrer à fusão ou visão de seres arquetípicos ou místicos e é onde se pode transcender o tempo fazendo um salto quântico para o passado ou para o futuro. No +12 ocorre o estado holotrópico chamado unidade dual, que é a fusão com outra pessoa, animais, plantas, objetos, etc. No +3 se vive a identificação com a Consciência Cósmica ou mente Universal através da união com nosso Eu Superior. 
4- Os Níveis da Consciência
Vários autores classificam os níveis de consciência e através de um quadro comparativo demonstrado na figura 13, a seguir, pode-se visualizar que muito têm em comum. As classificações são diferenciadas pelo número de níveis de consciência, mas se equivalem quando se faz uma comparação didática entre elas.
Observo que Rudhyar classifica a consciência em quatro níveis, já as classificações de Wilber e de Goswami são praticamente iguais, com cinco níveis da consciência. Assagiolli no seu diagrama da estrela propõe sete níveis, como que especificando melhor os cinco níveis dos autores anteriores e são chamados de os sete aspectos do Self Pessoal. Gerber coloca os níveis de consciência relacionados aos corpos, sendo que cada nível de consciência se manifesta através de um deles. Gerber classifica somente cinco e deixa claro que existem outros superiores além do corpo causal. Coloco na última classificação esses outros corpos superiores somando o total de sete.
Dane
Rudhyar
Ken
Wilber
Amit
 Goswami
Roberto
Assagiolli
Richard Gerber
Wania
Gravina

Biológico
Matéria Física
Físico
Sensação
Corpo físico
Corpo físico
Sócio-cultural
Vida
Vital
Desejo, impulso
Corpo etérico
Corpo vital
Individual
Mente
Mental
Emoção, Sentimento
Corpo astral
Corpo emocional
Transpessoal
Alma
Supra Mental
Pensamento
Corpo mental
Corpo mental concreto

Espírito
Corpo de Beatitude
Imaginação
Corpo causal
Corpo mental abstrato



Intuição

Corpo intuitivo



Vontade

Corpo espiritual

    
Os níveis não são separados uns dos outros, mas são integrados e interligados em camadas, sendo que um interpenetra o outro, como ondas definidas por Wilber. Equilibrar um nível de consciência implica em contribuir para o equilíbrio de todos. Quando se atinge um estado saudável de um nível, se passa automaticamente a vivenciar o seguinte caminhando do mais denso para o mais sutil. Cada nível de consciência se manifesta através de um dos sete corpos e se interliga a eles através dos chakras.
Outros pontos são importantes: a manifestação de cada nível pode ser local e não local; pode ter um movimento contínuo e também dar saltos quânticos descontínuos, mudando de um nível para outro conforme os colapsos de onda que são as escolhas entre ondas de possibilidades que geram um estado de ser; vivencia-se um nível de cada vez e pode-se passar de um para outro rapidamente.
Os níveis de consciência são experimentados nos diversos estados de consciência que definem como a experiência será vivida e interpretada. O estado de vigília tanto neutro como negativo e positivo, chamado de campo da consciência, pode ser vivido em qualquer nível de consciência. Já a vivência do estado inconsciente inferior é sentida nos níveis de consciência mais densos como físico, vital e emocional; o estado do inconsciente superior é vivido nos níveis mais sutis como mental, intuitivo, espiritual ou transpessoal; o inconsciente coletivo pode ser vivido em ambos os casos, que podem ser considerados como estados alterados da consciência.
No inconsciente inferior e no coletivo está sediada a “sombra” definida por Jung como o lado negativo escondido do consciente, são conteúdos reprimidos e se manifestam independente da vontade e dominam o eu consciente.
Este por sua vez deve ser o regente de todos os níveis e estados da consciência, tendo o poder de ativar e desativar qualquer um deles, para isto o homem deve fortalecer seu eu consciente procurando conhecer a sua sombra e todas suas manifestações e integrá-la ao seu ser vivendo a plenitude de estar no comando de si mesmo.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A Consciência no livro Terapia da Natureza

CONSCIÊNCIA AFETIVA

Roberto Assagiolli e a Consciência