Rupert Shledrake e a Consciência

      
                   
             
            Cada um de nós fica consciente em um campo de consciência que já existe como a família, nossa sociedade e nossa cultura. Portanto, tentar gerar uma compreensão de consciência a partir da consciência individual me parece tentar começar pelo lado errado. Cada um de nós de alguma forma, para começar, cristaliza ou individualiza alguma coisa, que é maior do que nós. (DI BIASE, 2004, p. 272)
                     O autor define a consciência como uma esfera de possibilidade estruturada por campos que não se encontram no interior do cérebro, mas interagem com ele. A consciência é um campo de campos. Coloca o conceito de campos mórficos que conectam coisas que formam um todo, onde observador e observado estão conectados. Acredita que tudo se mantém unido graças ao campo gravitacional universal, chamado no mundo antigo de “anima mundi”, e hoje como campos magnéticos e elétricos.
                     Estudou a existência dos campos através do fenômeno dos membros fantasmas que acontecem quando uma pessoa sofre uma amputação e continua tendo sensações, demonstrando assim a existência do campo do braço ou da perna ausentes.
                     Aborda que grande parte do comportamento humano é formada por hábitos que ocorrem inconscientemente, mas quando precisamos escolher é a consciência que entra em ação. O processo cósmico é um processo de escolhas e de criatividade contínua.
                     Propõe o conceito da mente ampliada onde ela se estende para influenciar aquilo que estamos olhando, pessoas e coisas mesmo à distância, mostrando seu efeito não local. O que pode ilustrar tal conceito é a sensação de estarmos sendo olhados pelas costas. Outra observação é a capacidade dos animais de estimação sentirem à distância as intenções de seu dono. A mente se estende no espaço e também no tempo e está interconectada com a memória coletiva, sendo afetada pelos pensamentos e ações de outras pessoas.       
                                O autor faz uma reflexão sobre a presença da consciência em toda a natureza, citando a consciência do sol cujos padrões elétricos são bem mais avançados que o nosso cérebro. Se o sol é consciente porque não as estrelas, as galáxias ou um grupo de galáxias? Assim teríamos uma idéia de níveis hierárquicos de consciência por todo o universo, o que já existe em várias tradições. Esta idéia é difícil de ser provada como é também difícil provar a consciência das pessoas ou animais, mas diz que temos que manter a mente ampla para reconhecer que existem muitas formas de consciência no universo.

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